Os sócios do FC Vizela manifestaram sexta-feira solidariedade com a Direcção do clube, no âmbito do processo que conduziu à sua despromoção à II Divisão, cujo recurso já está no Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Numa Assembleia-Geral concluída já de madrugada, cerca de três centenas de sócios quiseram manifestar ao seu apoio aos líderes do FC Vizela, deixando uma certeza: “O Vizela não acabará, seja qual for a decisão da Federação”.
Após a Comissão Disciplinar da Liga de Clubes ter condenado o Vizela à despromoção da Liga de Honra para a II Divisão, por alegado envolvimento em casos de corrupção, o clube minhoto recorreu terça-feira para o Conselho de Justiça da FPF.
Na sexta-feira, em reunião magna, os sócios do Vizela mostraram-se confiantes na manutenção nos campeonatos profissionais, garantindo à Direcção minhota que estariam “prontos para tudo”.
Já o presidente Paulo Pinheiro confirmou que o recurso enviado para o Conselho de Justiça da FPF tinha sido aceite e estava em “fase de análise”.
O dirigente prometeu aos cerca de 300 associados que encheram a Casa do Povo de Caldas de Vizela que iria “até às últimas consequências com este processo”, sem “nunca desistir”.
Paulo Pinheiro disse que “se a vontade dos associados não passar por entregar a chave do clube”, isso “nunca virá a acontecer”, adiantando, ainda, ter a certeza de que o recurso do Vizela está “muito bem fundamentado e tem pernas para andar”.
Na reunião de sexta-feira ouviram-se muitas críticas ao presidente da Comissão Disciplinar da Liga, Ricardo Costa, bem como, entre sussurros, acusações a vários clubes despromovidos que podem a beneficiar da punição aplicada ao Vizela para se manterem na Liga de Honra.
Esta foi, segundo alguns dirigentes e sócios vizelenses, a assembleia “mais participada do Vizela nos últimos anos”.
Segundo, Paulo Pinheiro este “impasse” fez com que a preparação da próxima época ficasse “parada”, sendo “impossível” adiantar informações sobre reforços, por exemplo.
A Comissão Disciplinar da Liga decidiu, em 09 de Junho, despromover o FC Vizela devido a uma alegada tentativa de corrupção de um árbitro por parte de um dirigente do clube minhoto, num caso que remonta à época 2003/04.
O nome de Benjamim Castro aparece associado a uma escuta telefónica que contém “material” suspeito de actos de corrupção num jogo entre o Vizela e o Fafe.
De acordo com o advogado dos minhotos, André Castro, o recurso foi entregue em 16 de Junho na Liga de Clubes, “conforme obrigam os regulamentos”, organismo que encaminhou o processo para a FPF.
“As bases deste recurso passam pela ilegalidade das escutas telefónicas que constam da decisão da Liga. Há um acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de Outubro de 2008, que diz que a utilização de escutas para condenação é ilegal. Esta é uma instância superior que deve ser levada em linha de conta”, disse André Castro à Agência Lusa.
O advogado do emblema minhoto sublinha que houve ainda “violação do direito de defesa” neste processo, alegando que a Comissão Disciplinar da Liga tem conhecimento de uma decisão semelhante a esta desde Junho de 2008, mas “nunca contactou o Vizela”.
Assim, o clube quer que a decisão de despromovê-lo da Liga de Honra para a II Divisão seja reconsiderada, pedindo a “impugnação” das escutas telefónicas, por as considerar “ilegais”.
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